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Educação terapêutica

Educação Terapêutica, a base para o desafio da inclusão

By 2 de janeiro de 2021fevereiro 2nd, 2022No Comments

No Lugar de Vida, a singularidade própria de cada criança é respeitada e o desafio da inclusão é enfrentado com base no conceito e prática da Educação Terapêutica. Com uma abordagem pioneira, o Lugar de Vida logo constatou, no início de sua atuação em 1990, antes mesmo de vigorar a lei de inclusão escolar no Brasil, o papel fundamental da escola no tratamento de crianças com problemas e sofrimento psíquico. Em um trabalho constante de articulação entre os princípios da psicanálise e da educação, tendo como visão o “Educar Tratando e o Tratar Educando”, o Lugar de Vida criou o conceito e as práticas de Educação Terapêutica, conjunto de procedimentos terapêutico-educacionais que visam ao restabelecimento ou à construção da estruturação psíquica de crianças que enfrentam dificuldades em seu processo de subjetivação, como as crianças consideradas dentro do espectro do autismo.

A inclusão escolar, em paralelo ao tratamento institucional e educacional, constitui-se como eixo de sustentação da Educação Terapêutica proposta pelo Lugar de Vida, e este conceito permeia todas as atividades da Clínica Lugar de Vida, do projeto Escolas Protagonistas, dos cursos oferecidos e demais dispositivos oferecidos às crianças e jovens, às suas famílias e a estudantes e profissionais de saúde e educação. O trabalho é realizado por uma equipe interdisciplinar especializada que integra profissionais das áreas da psicologia, psicanálise, fonoaudiologia e pedagogia.

O conjunto de intervenções denominado de Educação Terapêutica evidencia que as crianças podem ser tratadas em dispositivos grupais, usufruindo de atividades culturais, de laços sociais e de propostas educacionais, apostando ainda que na instituição escolar é possível obter efeitos terapêuticos ao educar as crianças antes excluídas de frequentá-la. Assim, a Educação Terapêutica tem nas escolas inclusivas uma parceria fundamental para o desenvolvimento integral das crianças.

A Educação Terapêutica inclui uma série de dispositivos, entre os quais a frequência a Grupos Heterogêneos de Educação Terapêutica, os GHETs, que são um dos principais diferenciais do trabalho do Lugar de Vida. Os GHETs funcionam partindo da constatação de que a diversidade e a riqueza dos encontros entre as crianças promovem mudanças subjetivas e auxiliam o desenvolvimento pelas operações das identificações, das trocas subjetivas e do aprendizado mútuo. Além disso, os grupos auxiliam na interação social, na socialização, na aprendizagem das regras, no significado das atividades coletivas, enfim, do que chamamos de laço social ou de alteridade. Com base na experiência clínica acumulada em uma trajetória de 30 anos, o Lugar de Vida atesta que os efeitos subjetivos e de linguagem nos encontros entre os pares auxiliam o desenvolvimento e a inclusão de crianças e adolescentes nas escolas.

Na sua trajetória de 30 anos, o Lugar de Vida acompanha os avanços nas políticas de educação inclusiva, assim como os desafios na construção de práticas educacionais que visam a diversidade e a heterogeneidade dos alunos. No entanto, ainda há muito o que se conquistar no que se refere à compreensão sobre os modos de aprendizagem de crianças com entraves estruturais em sua constituição psíquica e sobre os modos de ensiná-las propostos pelas escolas. Um dos maiores desafios refere-se à inclusão destes alunos no próprio grupo-classe e nas atividades coletivas, desafio que o Lugar de Vida – Centro de Educação Terapêutica enfrenta com sucesso no seu dia-a-dia.

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